New Fellings...

“Que sensação estranha”. Era o que ele pensava. Talvez nunca tivesse imaginado que se afastar definitivamente da menina que ele aprendera a amar e pela qual sofrera tanto. Mas era bom. Ele não esperava realmente que fosse conseguir ver o lado bom de uma medida tão complexa e desesperada tão cedo. Mas conseguira. Era completamente indescritível o quanto ele estava sendo capaz de ficar feliz com praticamente qualquer coisa desde que se vira “livre” da prisão que aquele sentimento se tornara. Aquele sentimento vinha se aproximando de algo patológico e ele havia tido que acabar com aquilo antes que fosse tarde demais pra lutar contra. Mas ele conseguira, pode parecer até infantil a felicidade com a qual ele vinha encarando o retorno aos seus antigos hábitos. Ler, escrever, ouvir musica. Coisas simples, que ele continuara fazendo, mas que agora ele era capaz de realmente se concentrar naquilo que mais o fazia feliz, se concentrar com uma devoção tão fervorosa que ele fora capaz de praticamente tira-la da cabeça. Sabia que seu coração ainda era dela, por mais que ele não quisesse, mas aquilo que ele sempre vira como sua melhor parte agora tinha controle da situação.
Coisas simples, como ouvir uma banda que a muito parecia esquecida ou voltar a querer escrever algo que não se restringisse apenas a cartas (por mais que ele admitisse o quanto era bom nisso) voltaram a fasciná-lo. Como uma criança que acaba de encontrar um brinquedo reluzente de tão novo ele se entregara de novo as suas paixões, não a ela, mas aquilo que sempre o fizeram ver o lado bom da vida, antes mesmo dela “existir”. Ele abandonara aquela visão de saudosismo, como a de um velho que lembra do quanto era bom jogar amarelinha quando era uma pequena criança.
Fora tão interessante “reencontrar” vontade pra fazer quase tudo ao mesmo tempo. Querer cortar o cabelo, voltar a ouvir todos aqueles sons alternativos e continuar o visível amadurecimento que ele vinha passando. Não parecia nem mesmo normal toda aquela agitação que ele tinha. Mas ele não se importava. Não mesmo, Afinal, era aquilo que vinha mostrando pra ele o quanto a decisão de apagar aquela menina de sua vida tinha sido acertada. Ele não queria mais passar pelo que passara, prometera inclusive não se apaixonar mais, mesmo sabendo que era impossível controlar. A única coisa que ele tinha certeza, era de que a única coisa que ele queria manter daquela historia toda eram as boas lembranças, as recordações dos bons momentos que eles passaram, mesmo que no começo, ainda machucasse um pouco.
Poderiam parecer resoluções de ano novo, mas ele sabia que tudo aquilo que ele se prometera fazer seria cumprido, ele não queria só mudar. Ele queria na verdade recomeçar. Recomeçar algo que parecera estar morto, ou no mínimo em sono eterno. Queria também, que seus melhores amigos (as) voltassem a ver o brilho em seus olhos quando ele mencionasse seus projetos, suas ambições. Por mais que ele ainda continuasse quase tão inseguro quanto antes, sabia que agora ele talvez fosse capaz de suportar toda a pressão que o envolveria se realmente quisesse se tornar um líder estudantil ou um grande jornalista. Mas nada disso o assustava mais. Talvez a única coisa que o assustara naquele inicio de ano fora o fato daquele ser seu ultimo ano na escola, o ultimo que ele teria pra fazer com que o ensino médio não fosse esquecido.
Mas felizmente eram novos tempos agora. Ele só queria viver sua vida como um adolescente normal, fazer tudo aquilo que ele se privara inconscientemente quando fora capaz de sacrificar qualquer coisa por ela. Mas como fora dito, eram novos tempos. Era chegada a hora de lutar por seus sonhos,. Aproveitar enquanto ainda estava ao lado das pessoas que seriam lembradas quando essa época de sua vida fosse por algum motivo recordada. Isso era o importante, ele sabia disso agora. E não deixaria de forma alguma tudo aquilo fugir de seu controle.

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